DESRATIZAÇÃO (DEDETIZAÇÃO DE RATOS)
O combate aos ratos não é um processo simples, o processo de desratização leva-se em consideração o tipo de rato, o ambiente local e externo.
Para que seja eficiente, deve-se conhecer o melhor possível a biologia do animal que desejamos eliminar, e então usar técnicas como as listadas abaixo:
MÉTODOS DE DESRATIZAÇÃO
Os métodos de controle de ratos, ou desratização são extremamente difíceis por ser o rato um animal muito adaptável. Esta consiste em tirar um dos três elementos indispensáveis para a vida do animal, a água, o abrigo e a alimentação.
No caso da água ser retirada, o animal irá mais longe para obtê-la, mas voltara a seu abrigo, se retirarmos o abrigo, ele fará um novo abrigo próximo ao atual, sobrando assim, somente a alimentação.
O uso de venenos deve ser feito por pessoas capacitadas, que conheçam o processo de manipulação e aplicação, uma vez que o uso indevido pode causar o aumento da população ao invés de exterminá-la.
Para que seja eficiente, deve-se conhecer o melhor possível a biologia do animal que desejamos eliminar, e então usar técnicas como as listadas abaixo:
Desratização Isca Granulada:
Veneno mais usado, consiste em que o rato ingere e morre algum tempo depois por hemorragia interna. Esta isca não mata na hora pois o instinto do animal faz com que o rato associe a morte ao veneno.
Desratização Isca Parafinada:
Ideal para uso externo (ralos, jardins, etc), não estraga com a chuva. Por possuir gosto extremamente amargo é de difícil ingestão para o homem, mas fatal para o rato, matando-o também por hemorragia interna.
Desratização Pó Químico:
Mesmo os ratos vivendo em esgotos, eles são mamíferos muito limpos, e por isso estão constantemente se lambendo. Esse pó é colocado nas tocas, e onde os ratos passam, fazendo com que fique grudado no pelo, e quando o rato se lamber ingerirá o produto, o levando a morte também por hemorragia.
Desratização Iscas Cereais:
É uma mistura de fortes atrativos para o rato, com produtos diversos, tem um efeito rápido e limpo.
Desratização Método Biológico
Há também os métodos biológicos, como a colocação no meio de um predador natural, como no caso dos ratos, o gato. Esses métodos não são tão seguros, e não representam eficiência total, por estarem sujeitos à situação do local onde são empregados.
QUAIS OS PRODUTOS UTILIZADOS NA DESRATIZAÇÃO, SUA COMPOSIÇÃO E COMO AGEM?
São utilizados para desratização os rodenticidas classificados quanto à rapidez do efeito. São eles: os agudos (tóxicos nervosos) e os crônicos (anticoagulantes).
Os rodenticidas agudos para a desratização provocam a morte do roedor dentro das primeiras 24 horas após sua ingestão, atuando, portanto no sistema nervoso do animal (tóxicos nervosos). Dentre eles encontram-se: a cila vermelha, a estricnina, o arsênico, o Antú, o 1080 e o 1081, o sulfato de tálio, a norbomina, a piriminil-uréia e o fosfeto de zinco. Sendo todos eles utilizados e comercializados no Brasil em algum período. Porém, posteriormente, foram proibidos ou descontinuados, seja porque a agonia violenta do roedor provocou a aversão da sociedade por razões humanitárias, seja porque o produto era inespecífico.
Já os rodenticidas crônicos para a desratização provocam a morte do roedor em mais de 24 horas após sua ingestão. Eles agem interferindo no mecanismo de coagulação sanguínea, morrendo desta maneira, por hemorragias internas e eventualmente externas.
Provavelmente, mais de 90% das operações de controle de roedores em todo o mundo são realizadas através do emprego de pelo menos um raticida anticoagulante, devido à sua grande segurança de uso e a existência de um antídoto seguro: a vitamina K1 injetável (Kanakion ou Synkavit).
Esses rodenticidas anticoagulantes podem ser divididos em dois grupos: os derivados da cumarina (chamados de cumarínicos ou warfarínicos) e os derivados da indandiona. E, ainda podem ser classificados quanto ao número de doses: dose múltipla e dose única.
Os rodenticidas anticoagulantes de dose múltipla paras a desratização possuem um efeito cumulativo nos roedores, ou seja, necessitam serem ingeridos alguns dias seguidos (de dois a cinco) para que os sintomas do envenenamento apareçam. Existem vários compostos desse grupo, também chamados de “anticoagulantes de 1° geração”, que foram e são usados no Brasil, mas em escala reduzida como raticidas comerciais atualmente. Podendo, desta maneira, ser citados como exemplos os seguintes anticoagulantes: clorofaciona, cumacloro, cumatetralil, difaciona, difenacoum e warfarina (ou cumafeno).
Por último, há os rodenticidas anticoagulantes de dose única, também reconhecidos como “anticoagulantes de 2ª geração”, que provocam a morte do roedor entre 3 a 5 dias após a ingestão do rodenticida, embora possa ocorrer até 14 dias depois. São pertencentes ao grupo dos hidroxicumarínicos e podem ser exemplificados pelo: brodifacoum, bromadiolone, flocoumafen e a difetialona. Há outro composto, o difenacoum, o qual é colocado por alguns autores no grupo dos “anticoagulantes de 2ª geração”, porém há outros que preferem classificá-lo como anticoagulante de transição (situado entre a primeira e a segunda geração), pois embora seja eficaz contra roedores resistentes é igualmente de dose múltipla (efeito cumulativo).
Apesar desses rodenticidas anticoagulantes de dose única apresentar vantagens sobre os de dose múltipla como, por exemplo, a necessidade de apenas uma ingestão, a não necessidade de reposições das iscas e o baixo custo referente a mão de obra barata no tratamento, encontram-se diversas desvantagens. Entre elas, o fato dos ingredientes (princípios ativos) possuírem maior toxicidade quando comparadas aos anticoagulantes de primeira geração, sendo assim um fator limitante para o seu emprego em larga escala e contra-indicada em locais onde possa haver riscos de ingestões acidentais (escolas, creches, favelas, etc).
As formulações dos rodenticidas para desratização são extremamente variadas. É muito comum um mesmo rodenticida, até uma mesma marca comercial, ser apresentado no mercado com duas ou três formulações distintas.
Essa variedade de apresentações tem suas razões: tamanha é a capacidade perceptiva dos roedores e imensa a variedade de ambientes e de situações nos quais se instalam. Se existissem apenas um ou dois tipos de formulações, os resultados seriam mínimos e/ou inócuos.
Cada situação onde exista o problema de infestação de roedores é única e exige um estudo individualizado do problema, consistindo no emprego de um ou mais determinados tipos de formulações para o uso correto da desratização.
As formulações comerciais de rodenticidas existentes no mercado brasileiro são: – iscas: atraem os roedores pelo odor e aparência apetitiva (a cor não importa) induzindo-os, assim, a comer. Geralmente são feitas de grãos de cereais quebrados em diversos tamanhos, pois eles preferem as iscas granuladas em vez de iscas pulverizadas. Também são apresentadas a granel, ou com invólucros de plástico ou papel. Se a espécie a ser combatida for a R. rattus (rato de telhado) deve-se prender a isca junto às estruturas de sustentação dos telhados por onde esses roedores caminham, algum dispositivo de guiso de cocho (tábua) onde o rodenticida isca será colocado; encontrando o que comer, o rato de telhado não precisará descer ao chão para buscar alimento, ingerindo o rodenticida em seu lugar.
No combate a R. norvegicus a isca deve ser colocada, se possível, na sua toca para aumentar a chance de encontro da isca. Se não for possível, poderá ser disposta ao longo de suas trilhas, caminhos e passagens.
-Blocos sólidos: são iscas envoltas por um bloco de substância impermeabilizante indicada (parafina), presa com arames nos poços de visitação. É utilizado para locais úmidos e para esgotos, onde a oferta de alimento é pequena e, também, onde se encontram o R. norvegicus.
-Pó de contato: polvilhado na soleira das tocas, ao longo das trilhas, nas passagens e nos pontos mais freqüentados pelos roedores. O pó adere aos pêlos e patas dos roedores, que ao voltarem em suas tocas e executarem seu comportamento de limpeza corporal, acabam ingerindo-o e morrem. Por serem concentrados necessitam de um profissional para aplicá-lo.
Embora não haja no Brasil nenhum gás registrado como rodenticida, muitos profissionais utilizam o brometo de metila, o cianogás e a fosfina (fosfeto de metila) para esse fim. O risco de escape acidental desses gases letais é muito alto e seu uso requer uma grande experiência e conhecimento técnico. Além disto, os túneis da ratazana se interligam no subsolo tornando possível a saída do gás por pontos não previstos.